Sejam Bem Vindos,
Louvado Seja O Nosso Senhor Jesus Cristo
R. Para sempre seja louvado!

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Santa Teresa de Jesus, OCD



"O mais suave dos hinos
entoe o povo de Deus,
pois eis que hoje uma virgem
subiu à glória dos céus.

No exílio ainda da terra,
já se entregava ao louvor;
agora, junta-se aos santos
nos mesmos hinos de amor. 

(Liturgia das Horas)
Antes da Santa Missa.





Hoje a igreja celebra Santa Teresa de Jesus, por muitos conhecida também como Santa de Teresa D'Avila, porém Santa Teresa de Jesus, onde ela já não pertence ao mundo mas, só a Jesus. Aqui no Carmelo Nossa Senhora do Sorriso e Santa Teresinha, Emaús, Parnamirim - RN, a missa foi pela manhã, contando com diversos fiéis, e a presença da Comunidade Servos de Maria do Coração de Jesus. Momento muito festivo na igreja, Santa Teresa nos deixa uma infinidade de escritos que nos proporcionam a querer viver com Deus, sempre mais e mais, nos proporcionando um maneira totalmente diferente de leitura, que nos parece muito viva e nova.


Uma mulher atraente e atraída, forte e vulnerável


Teresa de Cepeda e Ahumada veio à luz em 28 de março de 1515, filha dos piedosos pais Alonso Sánchez de Cepeda e Beatriz Dávila y Ahumada. As primeiras provas de seu fervor religioso herdado dos pais foram a sua fuga de casa para morrer mártir nas terras dos mouros e sua meditação sobre a eternidade. A piedade da infância decairá na adolescência, dando lugar às preferências de toda jovem pelos encantos das relações humanas e dos atrativos mulheris, influenciada pelos devaneios dos romances de cavalaria. Desde cedo pôde constatar sua força atrativa e sua capacidade de liderança, comandando as brincadeiras e centralizando os círculos e as conversas.

Sabia, inteligentemente, ser atraente, utilizando-se de sua simpatia, que ela traduz como desejo de agradar a todos, e teve como mestra neste aprendizado uma parenta de sua idade. Aprendeu a arte da sedução.À proteção da Santíssima Virgem colocou-se, quando perdeu a mãe, em 1529. Certo de que Maria a protegeria, continuou envolvida em seus passatempos. Preocupado, seu pai resolveu interná-la no mosteiro das monjas agostinianas de Ávila, em 1531. A solidão obrigou-a a encontrar-se consigo mesma. O monólogo é o primeiro passo para um diálogo frutífero. Além da solidão, oportuna companhia, o contato com religiosas sérias abriram-lhe o espírito às dimensões divinas até então encobertas. O desejo de fazer-se consagrada a Deus nasceu-lhe, pela primeira vez. Nem todos se tocam pela própria insatisfação existencial. Isistem em perseguir o mesmo caminho, rumo às mesmas paredes. Teresa descobre a porta ampla. O horizonte que vislumbra do lado de lá, porém, é tão longínquo e misterioso que os efeitos imediatos sentem-se no corpo. Ela somatisa a crise. Enferma volta para casa, quem sabe para tentar recuperar o fio perdido da sua vida, a liga que se rompera em seu espírito. Melhor, fisicamente, vai a Castelhanos de la Cañada, casa de sua irmã mais velha, onde permanece 7 meses. De volta à casa paterna assume, entre 1533 e 1536, a direção de tudo, como mãe e senhora, mulher amadurecida. Em 1536 não consegue segurar-se. Convencendo seu irmão Antônio, fogem de casa. Ela bate no Carmelo da Encarnação, ele na porta dos dominicanos. No Carmelo inicia uma nova vida. Aos poucos vai percebendo que de atraente deve ceder, até ser atraída por Ele, e sua aparente força deu lugar à sua real vulnerabilidade, porta por onde o Cristo entrou em sua vida.

Sua saúde física restabelecia-se na mesma proporção em que seu espírito se debilitava. Sente-se tíbia até 1553, quando a leitura das confissões de Santo Agostinho e o fatal encontro com uma imagem do Cristo atado à coluna em um dos corredores do mosteiro, tocam-na profundamente e resolvem-lhe o impasse interior. Ela vê nesta experiência sua própria e definitiva conversão (V.9). Este foi o momento em que iniciou seu vôo para as alturas da união com Deus, que se traduziu numa entrega incondicional e valente ao serviço de Deus, que a cumulou de inumeráveis favores e graças. O incremento destes bens foi tão grande e rápido, diz o Pe. Silvério, que em menos de 5 anos havia passado por quase todos os graus do amor e da contemplação infusa, culminando, em 1559, na visita de um querubim que lhe transpassou o coração com um dardo ardente, ferindo-a de amor. Em 1560 comprometeu-se em procurar e fazer sempre o mais perfeito. Inundada da presença transformante de Deus, e diante de tantos fenômenos e graças espirituais, Teresa perturba-se, e busca o auxílio de doutos e santos, que a acalmam e a ajudam a entender o lado humanamente estranho da Graça.


O itinerário místico que Santa Teresa percorre no Carmelo da Encarnação chega à sua natural consequência no desejo de ver a Deus e gozar de sua glória. É este um passo comum nas biografias místicas de relevo. Aos Filipenses São Paulo dirá: "Para mim, de fato, o viver é Cristo e o morrer um ganho" (Fil.1,21). São João da Cruz exprime a ânsia pela glória em sua obra “Chama viva de amor” em que a amada expressa sua incontrolável vontade de que a tela do doce encontro com o amado se rompa. Santa Teresa experimenta a mesma coisa. "Ansiosa de ver-Te, desejo morrer", repete o refrão de um poema seu, entre outros que expressam a mesma realidade. Sua definitiva conversão e o encontro com o Cristo não poderia que suscitar nela o desejo de que tudo acabasse, fazendo com que o normal medo da morte transformasse no medo de não morrer (c. V.29,8 e 10). Todavia àquele que vive em Cristo e experimenta, até o sofrimento, que o tempo se faz breve, acontece-lhe de viver em uma estranha dilatação do próprio tempo.

Para o P. Antônio Sicari, Santa Teresa, em seu caminho espiritual, passou da tensão escatológica à tensão encarnatória. Querendo morrer para viver em Cristo, amadurece ao ponto de viver para Cristo, sendo-lhe um prolongamento de humanidade, servindo-Lhe e fazendo-lhe em tudo Sua Vontade. O amadurecimento espiritual verifica-se quando não lhe interessa mais nem o medo do inferno em que poderá cair, nem o desejo do céu que o Cristo lhe pode dar, mas amá-lo em tudo, viver por Ele e por Ele morrer. É neste sentido que se deve entender o dilema colocado por ela: padecer ou morrer por Cristo.

Como a ressurreição assinala o fim do mundo, a encarnação e a paixão de Cristo prolongam-se no seu corpo eclesial. O instinto escatológico de Teresa deve fazer as contas com a encarnação eclesial.

É este o itinerário narrado no na Vida e nas Relações. O desejo da morte só pode ser aplacado por aquele de sofrer por Ele (cf. V.40,20; R.1,3).


Eventos como a visão do inferno, as notícias da Igreja dilascerada pelo movimento protestante e as missões além-mar no novo mundo descoberto, e outros fatores interiores, levaram Santa Teresa, inspirada continuamente por Cristo, a idealizar um mosteiro onde poucas monjas vivessem ao máximo sua doação ao Senhor, pela Igreja. Ela empenha-se em construí-lo, não sem penas.O mosteiro, dedicado ao glorioso São José, foi inaugurado no dia 24 de agosto de 1562. Pela manhã uma sineta surda, porém alegre, anunciou aos habitantes de Ávila o nascimento da Reforma Teresiana. Radiantes de felicidade tomaram o hábito de descalças as quatro noviças escolhidas por Santa Teresa: Antônia de Henao (do Espírito Santo), filha espiritual de S. Pedro de Alcântara; Maria de la Paz (da Cruz), criada de D. Guiomar de Ulloa; Ursula de Sevilla (dos Santos), filha espiritual de Gaspar Daza, e Maria de Ávila (de S. José), irmã de Julião de Ávila. O Padre Gaspar Daza celebrou a Santa Missa e depôs no sacrário o SS. Sacramento. Este foi o primeiro de uma enxurrada de mosteiros que ela fundou até o fim de sua vida (17 ao todo), num movimento ainda vivíssimo nos dias de hoje. O mosteiro, dedicado ao glorioso São José, foi inaugurado no dia 24 de agosto de 1562. Pela manhã uma sineta surda, porém alegre, anunciou aos habitantes de Ávila o nascimento da Reforma Teresiana. Radiantes de felicidade tomaram o hábito de descalças as quatro noviças escolhidas por Santa Teresa: Antônia de Henao (do Espírito Santo), filha espiritual de S. Pedro de Alcântara; Maria de la Paz (da Cruz), criada de D. Guiomar de Ulloa; Ursula de Sevilla (dos Santos), filha espiritual de Gaspar Daza, e Maria de Ávila (de S. José), irmã de Julião de Ávila. O Padre Gaspar Daza celebrou a Santa Missa e depôs no sacrário o SS. Sacramento. Este foi o primeiro de uma enxurrada de mosteiros que ela fundou até o fim de sua vida (17 ao todo), num movimento ainda vivíssimo nos dias de hoje. 

Santa Teresa de Jesus, rogai por nos! 

sábado, 22 de setembro de 2012

Carmelo de Natal

A Família Carmelitana está conosco desde 16 de Julho de 2009, dia da fundação, e também dia de Nossa Senhora do Carmo, rainha e formosura do Carmelo. As irmãs vindas do Carmelo de Teresina, com o coração alegre e disponível para servir ao Senhor, se dispuseram a fazer parte da família diocesana da Arquidiocese de Natal e oferecer nela um testemunho de vida contemplativa, na oração por todos os seus membros, especialmente pelos sacerdotes. 

Reunido provisoriamente no seminário de menor, as irmãs esperam na graça de Deus, a construção de seu mosteiro. As Irmãs fundadoras do Carmelo são: Ir. Rosângela Maria de Jesus, Ir Maria Amada de Jesus, Ir. Maria Ângela, Ir. Ana de Jesus, Ir. Maria Angélica. Ir. Teresa Cristine e a Ir. Maria da Trindade ( na época aspirante).

O início desta fundação foi presidida pelo Arcebispo de Natal , d. Matias e com a presença do sr. Arcebispo emérito de Natal, d. Heitor, que trabalhou muito para ter Carmelo Teresiano aqui, do sr. Bispo auxiliar de Fortaleza, d. José e contou com cerca de 35 sacerdotes entre religiosos e diocesanos, do presbitério local. Logo após os ritos iniciais foi lido o breve da Sé Apostólica, que permitia a fundação do Carmelo Nossa Senhora do Sorriso e Santa Teresinha na Arquidiocese de Natal – RN. A seguir foi lida também a autorização do sr. Arcebispo que permitia a presença das Carmelitas Descalças. Em sua homilia, D. Matias discorreu sobre a vida Religiosa no documento de Aparecida, em particular a vida contemplativa, que acompanha Jesus ao monte para estar com ele na contemplação e que é testemunha de que "só Deus basta encher a vida de alegria e de sentido". A Celebração seguiu o rito normal, animada por belos cantos de um grupo paroquial de Natal.

Procissão com o Ssmo. Sacramento.

No final foi lida e assinada a Ata de fundação do mosteiro e após a bênção, ocorreu a procissão até a casa provisória, próxima da capela onde foi celebrada a Eucaristia, para a bênção da sede do mosteiro.

Como ato conclusivo foram fechadas as portas e assim deu-se início à clausura, sinal da busca do "único necessário", pela oração e recolhimento fraterno, típico da vida carmelitana. 



Carmelo Provisório

O Carmelo ficará, provisoriamente, numa casa da Granja do Clero, em Emaús, Parnamirim, onde as monjas ficarão enclausuradas até a construção da sede definitiva. O Carmelo terá como Madre Vigária a Ir. Rosângela Maria de Jesus, nomeada pelo Arcebispo de Natal, Dom Matias Patrício de Macêdo (na data), no ato de instalação do Carmelo. Hoje conta com cinco Irmãs e uma noviça.

Obras no Carmelo


Mas não para não, já foi concedido um terreno e as obras começaram para que as irmãs possam ter o seu mosteiro. O Carmelo provisório limita as vocações que vem chagando ao seu ingresso, pois possibilita de 7 celas apenas, então até la as vocações tem de esperar para a entrada no mosteiro.
O Mosteiro terá, uma capela, portaria, hospedaria, oficinas de trabalho e aposentos das irmãs (celas), tudo distribuído em 5 alas. Esta é a descrição do que será a sede definitiva do Carmelo Nossa Senhora do Sorriso e Santa Teresinha, das Irmãs da Ordem do Carmelo, na Arquidiocese de Natal. 

A nova sede do Carmelo ficará na Rua Santo Antônio, em Emaús, próximo ao cemitério Morada da Paz. A sede definitiva terá o mesmo nome da sede provisória: Carmelo Nossa Senhora do Sorriso e Santa Teresinha. Na nova sede, a hospedaria servirá para acolher grupos que querem fazer retiro ou pessoas que queiram recolher-se para rezar.


sábado, 21 de julho de 2012

Solenidade de Nossa Senhora do Carmo 2012



Segunda-feira 16.07.2012, Solenidade de Nossa Senhora do Carmo - e também profissão simples da Ir. Maria da Trindade da Santa Face, OCD - no Carmelo de Nossa Senhora do Sorriso e Santa Teresinha, reuniu diversos fiéis que queriam renovar seus votos com a Virgem do Carmo. Em relação aos votos que tivemos de nossa querida irmã, numa manhã encantadora em que o sol tomou conta no imenso céu azul. Tivemos a presença do frei carmelita, que veio diretamente de Roma, dois sacerdotes e amigos que compartilharam de tamanha alegria.

Em particular homilia o frei nos relembra uma mensagem muito importante já dita por uma santa carmelita: "Deus é luz. Deus é noite porque é luz. Não se pode chegar a contemplar a beleza da luz seus efeitos, sem fazer a experiência da noite. Mais fortes são os seus contrastes e mais a beleza resplandece." ( Santa Teresa Margarida Redi, OCD). E nos fez refletir que no exílio, é que Deus Nosso Senhor, quer que perseveremos com Ele. E que sem as lutas nada seria. 

E não parou por aí. Na oração da tarde conhecida como vésperas, ainda compartilhando da graça do dia, rezamos e cantamos, e por ser solenidade tão significativa havia o solene Salve Regina! E aspergidas pela água benta, sai em retorno para casa. Bem como já havia dito que este blog será informativo, aí vai um pouco da história de Nossa Senhora do Carmo:

"Nossa Senhora do Carmo (ou Nossa Senhora do Monte Carmelo) é um título consagrado à Nossa Senhora. Este título apareceu com o propósito de relembrar o convento construído em honra da Santíssima Virgem Maria nos primeiros séculos do Cristianismo, no Monte Carmelo, em Israel.

Ao olharmos para a história da Igreja encontramos uma linda página marcada pelos homens de Deus, mas também pela dor, fervor e amor à Virgem Mãe de Deus: é a história da Ordem dos Carmelitas, da qual testemunha o cardeal Piazza: "O Carmo existe para Maria e Maria é tudo para o Carmelo, na sua origem e na sua história, na sua vida de lutas e de triunfos, na sua vida interior e espiritual".

Carmelo (em hebraico, "carmo" significa vinha; e "elo" significa senhor; portanto, "Vinha do Senhor"): este nome nos aponta para a famosa montanha que fica na Palestina, donde o profeta Elias e o sucessor Elizeu fizeram história com Deus e com Nossa Senhora, que foi pré-figurada pelo primeiro numa pequena nuvem (cf. I Rs 18,20-45). Estes profetas foram "participantes" da Obra Carmelita, que só vingou devido à intervenção de Maria, pois a parte dos monges do Carmelo que sobreviveram (século XII) da perseguição dos muçulmanos, chegaram fugidos na Europa e elegeram São Simão Stock como seu superior geral; este, por sua vez, estava no dia 16 de julho intercedendo com o Terço, quando Nossa Senhora apareceu com um escapulário na mão e disse-lhe: "Recebe, meu filho, este escapulário da tua Ordem, que será o penhor do privilégio que eu alcancei para ti e para todos os filhos do Carmo. Todo o que morrer com este escapulário será preservado do fogo eterno".

O Escapulário de Nossa Senhora do Carmo 

Um sinal da vida humana

"Vivemos num mundo feito de realidades materiais cheias de simbolismo: a luz, o fogo, a água... Na vida de cada dia existem experiências de relações entre os seres humanos que exprimem e simbolizam coisas mais profundas como partilhar a comida (sinal de amizade), participar de uma manifestação de massa (sinal de solidariedade), celebrar junto de uma festa nacional (sinal de identidade). Temos necessidade de sinais ou símbolos que nos ajudem a compreender e a viver os fatos mais conscientes daquilo que somos como pessoas e como grupos."

Um sinal da vida cristã

"Jesus é o grande dom e o sinal do amor do Pai. Ele estabeleceu a igreja como sinal e instrumento do seu amor. Na vida cristã também existem sinais. Jesus os utilizou: o pão, o vinho, a água, para nos fazer compreender realidades superiores que não vemos e não tocamos. Na celebração da Eucaristia e demais sacramentos (batismo, confirmação, reconciliação, matrimônio, ordem sacerdotal, unção dos enfermos), os símbolos (água, óleo, imposição das mãos, alianças), exprimem o seu significado e introduzem-nos numa comunicação com Deus, presente através deles. Além dos sinais litúrgicos, existem na igreja outros ligados a um acontecimento, a uma tradição, a uma pessoa. Um deles é o Escapulário do Carmelo."

Um sinal mariano

"Um dos sinais da tradição da Igreja, há sete séculos, é o Escapulário de Nossa Senhora do Carmo. É um sinal aprovado pela igreja e aceite pela Ordem do Carmo como manifestação extrema de amor a Maria, de confiança filial nela e do compromisso de imitar a sua vida. A palavra "Escapulário" indica uma vestimenta que os monges usavam sobre o hábito religioso durante o trabalho manual. Com o tempo assumiu um significado simbólico: o de carregar a cruz de cada dia, como os discípulos e seguidores de Jesus. Em algumas Ordens religiosas, como no Carmo, o Escapulário tornou-se um sinal da sua identidade e vida. O Escapulário simbolizou o vínculo especial dos carmelitas com Maria a Mãe do Senhor, que exprime a confiança na sua materna proteção e o desejo de imitar a sua vida de doação a Cristo e aos outros. Transformou-se assim num sinal mariano."

Das Ordens Religiosas ao Povo de Deus


"Na idade média, muitos cristãos queriam associar-se às Ordens religiosas fundadas naquele tempo: franciscanos, dominicanos, agostinianos, carmelitas. Surgiram grupos de leigos associados a eles, por meio das confraternidades. 

Todas as Ordens religiosas desejavam dar aos leigos um sinal de afiliação e participação do próprio espírito e do próprio apostolado. Este sinal era constituído de uma parte do hábito: a capa, o cordão, o Escapulário.

Entre os carmelitas estabeleceu-se o Escapulário como o sinal de afiliação à Ordem e expressão da sua espiritualidade."


Os grandes privilégios do Escapulário

"No dia 16 de julho de 1251, São Simão Stock suplicava a Nossa Senhora ajuda para resolver um problema da Ordem Carmelitana, da qual era o Prior Geral.  Enquanto ele rezava, a Virgem apareceu- lhe, trazendo o Escapulário nas mãos, e disse essas confortadoras palavras: 'Filho diletíssimo, recebe o Escapulário da tua Ordem, sinal especial de minha amizade fraterna, privilégio para ti e todos os carmelitas. Aqueles que morrerem com este Escapulário não padecerão o fogo do Inferno. É sinal de salvação, amparo e proteção nos perigos, e aliança de paz para sempre'. A Igreja assumiu o Escapulário e fez dele uma das devoções mais difundidas entre o povo de Deus.

Em nossa época de superstições, não é supérfluo esclarecer que o Escapulário está longe de ser um sinal "mágico" de salvação. Não é uma espécie de amuleto cujo uso nos dispensa das exigências da vida cristã. Não basta, portanto, carregá-lo ao pescoço e dizer: "Estou salvo!" É verdade que Nossa Senhora não pôs condição alguma ao fazer sua promessa. Simplesmente afirma: 'Quem morrer com o Escapulário não padecerá o fogo do inferno'. 

Não obstante, para beneficiar-se deste privilégio, é preciso usar o Escapulário com reta intenção. Neste caso, se na hora da morte a pessoa estiver em estado de pecado, Nossa Senhora providenciará, de alguma forma, que ela se arrependa e receba os sacramentos. E nisto a misericórdia da Mãe de Deus se mostra verdadeiramente insondável! Alguns exemplos atestam de modo eloqüente esta verdade. 

Viajando de automóvel em companhia de um bispo, o autor deste artigo viu uma mulher entrar distraída na rodovia e ser esmagada por uma enorme carreta cujo motorista não teve tempo de frear. O bispo mandou parar o automóvel, desceu apressadamente, deu a absolvição sacramental e ministrou a unção dos enfermos à mulher agonizante. 

Depois comentou comovido: "Ela estava com o Escapulário do Carmo. Certamente foi Nossa Senhora quem providenciou que um bispo estivesse passando por aqui, justo neste momento!" Um caso diferente - narrado por Dom Marcos Barbosa na obra "O Escapulário de Nossa Senhora do Carmo" - se passou na Inglaterra. Na hora da morte, um cavaleiro conhecido por sua grande impiedade, em vez de pedir a Deus perdão de seus pecados, blasfemava dizendo: "Quero o inferno e o diabo!" Os presentes, horrorizados, chamaram São Simão Stock, o qual tomou o Escapulário e estendeu- o sobre o blasfemador.Imediatamente este se arrependeu e pediu os sacramentos. 

Segundo antiga e piedosa tradição, a Santíssima Virgem, aparecendo ao Papa João XXII, prometeu livrar do Purgatório, no primeiro sábado após a morte, todos os que portarem devotamente o Escapulário. Este é o chamado "privilégio sabatino". Para se beneficiar dele é preciso manter a castidade segundo o próprio estado, recitar o Pequeno Ofício da Imaculada ou rezar um terço todos os dias. 

E mais: cada vez que o devoto beijar o Escapulário com piedade, fazendo um pedido à Santíssima Virgem, recebe uma indulgência parcial, isto é, a remissão de uma parte das penas que devia cumprir no Purgatório. 

Quem usa o Escapulário pode beneficiar-se também de indulgência plenária (remissão de todas as penas do Purgatório) no dia em que o recebe, na festa de Nossa Senhora do Carmo, 16 de julho; de Santo Elias, 20 de julho; Santa Terezinha, 1º de outubro; dos santos carmelitas, 14 de novembro; São João da Cruz, 14 de dezembro; São Simão Stock, 16 de maio." 

O valor e o significado do Escapulário

"O Escapulário funda as suas raízes na tradição da Ordem, que o interpretou como sinal da proteção materna de Maria. Contém em si mesmo, a partir desta experiência plurissecular, um significado espiritual aprovado pela igreja: representa o compromisso de seguir Jesus como Maria, o modelo perfeito de todos os discípulos de Cristo. Este compromisso tem a sua origem no batismo que nos transforma em filhos de Deus." 

Por ele a Virgem Maria nos ensina a:

- Viver abertos a Deus e à sua vontade, manifestada nos acontecimentos da vida; 
- Escutar a palavra de Deus na Bíblia e na vida, a crer nela e a pôr em prática as suas exigências; 
- Orar em todo momento descobrindo Deus presente em todas as circunstâncias; 
- Viver próximos aos nossos Irmãos na necessidade e a solidarizar-se com eles.
"Introduz na fraternidade do Carmelo, comunidade de religiosos e religiosas, presentes na igreja há mais de oito séculos, e compromete a viver o ideal desta família religiosa: a amizade íntima com Deus através da oração. Põe-nos diante do exemplo das santas e dos santos com os quais estabeleceu uma relação familiar de irmãos e irmãs. O Escapulário compromete com uma vida autêntica de cristãos que se conformam às exigências evangélicas, recebem os sacramentos, professam uma especial devoção a Nossa Senhora."

Quem o pode receber?

"Todos os Católicos que o peçam, o podem receber, imposto por um Sacerdote. Podem-no receber ainda as crianças batizadas, mesmo inconscientes e os doentes destituídos dos sentidos, pois, parte-se do princípio que, se conhecessem o seu valor, o quereriam receber. É ótimo o costume de o por logo no dia do Batismo. 

Os Soberanos Pontífices consideram como pertencentes à Ordem do Carmo, todos os que recebem o seu escapulário. Para que todos possam usufruir das graças inerentes ao Escapulário, Sua Santidade, o Papa Pio X, em 16 de Dezembro de 1910, concedeu que o Escapulário, ema vez imposto, pudesse ser substituído por uma medalha que tenha dum lado Nossa Senhora sob qualquer invocação (Carmo, Dores, Conceição, Fátima, etc.) e do outro lado, o Coração de Jesus, e benzida com o simples sinal da cruz, na intenção de substituir este Escapulário. 

Em 28 de Janeiro de 1964, o Papa Paulo VI concedeu ainda que todos os Sacerdotes pudessem impor o Escapulário e substitui-lo pela respectiva medalha, pois até aí era um privilégio dos Padres Carmelitas e de outros Sacerdotes que o pedissem à Santa Sé, e nisto se mostra o desejo da Santa Igreja de que todos o tragam. 

Sua Santidade Pio X concedeu que os militares em campanha possam impor a si próprios o Escapulário ou a medalha, uma vez benzidos pelo Sacerdote, e que tendo acabado a sua missão, continuem a usufruir de todas as graças e privilégios a ele inerentes, sem o terem de receber de novo. 

Normas práticas

- O Escapulário é imposto só uma vez por um sacerdote ou uma pessoa autorizada; 

- Pode ser substituído por uma medalha que represente de uma parte a imagem do Sagrado Coração de Jesus e da outra, a Santíssima Virgem; 

- O Escapulário compromete com uma vida autêntica de cristãos que se conformam às exigências evangélicas, recebem os sacramentos, professam uma especial devoção à Santíssima Virgem, expressa ao menos com a recitação diária de três Ave Marias. 

Fórmula breve para a imposição do Escapulário

Senhor Jesus Cristo, Salvador dos homens, † abençoai este hábito de Nossa Senhora de Carmo, que, como sinal de Consagração a Maria, vai ser imposto ao vosso servo, para que pela intercessão de Maria Santíssima, possa alcançar maior plenitude de graça. 

(Asperge o Escapulário com água benta) 


IMPOSIÇÃO:


- Recebe este santo hábito para que, trazendo-o com devoção, te defenda do mal, e te conduza à vida eterna. - Amém. (Coloca-o ao pescoço de cada pessoa) 

- Participas desde este momento de todos os bens espirituais, de que gozam os religiosos do Carmo, em Nome do Pai † e do Filho e do Espírito Santo. - Amém. 

O Escapulário não é:

- Um sinal de proteção mágica, um amuleto;
- Uma garantia automática de salvação;
- Uma dispensa de viver as exigências da vida cristã.

Mas é um sinal:

- Aprovado pela igreja há sete séculos;
- Que representa o compromisso de seguir Jesus como Maria:
- Abertos a Deus e à sua vontade;
- Guiados pela fé, pela esperança e pelo amor;
- Próximos dos necessitados;
- Orando em todos os momentos e descobrindo Deus presente em todas as circunstâncias;
- Que introduz na família do Carmelo;
- Que alimenta a esperança do encontro com Deus na vida eterna pela proteção de Maria e sua intercessão.
Os santos e o escapulário

Alguns Santos da Igreja usavam o Escapulário de Nossa Senhora do Carmo, vejamos, pois alguns:



São Simão Stock, que teve a dita de receber o Escapulário das mãos da Rainha do Céu, no mesmo dia o tocou no corpo de um moribundo impenitente, obtendo o primeiro milagre do Escapulário com a imediata conversão do doente.






São João da Cruz, ao perguntar muitas vezes ao frade que o assistia em sua última doença, que dia da semana era, explicou: “ Pergunto porque me veio agora à memória quão grande benefício é o que faz Nossa Senhora aos religiosos de sua Ordem que portaram seu hábito e fizeram o que esse privilégio pede”. Realmente faleceu na alvorada de um sábado, 14 de dezembro de 1591. 






Santa Madre Teresa de Jesus
Santa Teresa de Jesus com freqüência se gloriava de portar o escapulário “Como indigna Carmelita”. E zelava para que suas religiosas não deixassem de dormir com ele posto. Dirigindo-se a elas, escrevia: “Só posso confiar na misericórdia do Senhor... e nos merecimentos de Seu Filho e da Virgem Maria Santíssima, Sua Mãe, cujo hábito indignamente trago e vós trazeis”.






Santo Afonso Maria Ligório
Santo Afonso Maria de Ligório não só usava o Escapulário, mas o recomendava insistentemente aos fiéis. O Escapulário com o qual foi enterrado permaneceu incorrupto no sepulcro, e é hoje venerado num relicário em Marianella, sua cidade natal.








São Pedro Claver
São Pedro Claver serviu-se incessantemente do Escapulário do Carmo em seu apostolado com os negros na Colômbia. Conserva-se uma pintura representando-o no leito de morte, com um crucifixo em uma das mãos e o Escapulário sobre o peito; em volta à sua cama, muitos negros com o Escapulário ao pescoço, beijando os pés e as mãos do missionário.




São João Bosco
São João Bosco recebeu-o na infância e o difundiu durante toda a vida. Enterrado em 1888 com o Escapulário, em 1929 foi encontrado o mesmo em perfeito estado de conservação, sob as vestes apodrecidas e os mortais mumificados desse grande apóstolo e incomparável educador da juventude. 








 São Boaventura
São Boaventura dizia: “Desafoguem o peito diante da Virgem do Carmo os pecadores mais empedernidos: revistam-se do seu Santo Escapulário e Ela os conduzirá ao porto da conversão. Honrem-na com o uso do Escapulário e demais obrigações ou obséquios da Confraria."









Beato João Paulo II
"No sinal do Escapulário se evidencia uma síntese eficaz de espiritualidade mariana que alimenta a devoção dos crentes, fazendo-lhes sensíveis à presença amorosa da Virgem Maria em suas vidas. O Escapulário é essencialmente um “hábito”. Quem o recebe é agregado ou associado em um grau mais ou menos íntimo à Ordem do Carmelo, dedicada ao serviço da Virgem para o bem de toda a Igreja. Quem veste o Escapulário é, portanto, introduzido na terra do Carmelo, para que “coma de seus frutos e bens” (cf.Jr 2,7), e experimenta a presença doce e materna de Maria, no compromisso cotidiano de revestir-se interiormente de Jesus Cristo e de manifestá-lo vivo em si para o bem da Igreja e de toda a humanidade." (Papa João Paulo II)


sábado, 26 de maio de 2012

Pentecostes

"Pentecostes era uma festa de grande alegria e ação de graças para os judeus por celebrar a colheita do trigo. Vinha gente de todas as partes: judeus saudosos que voltavam a Jerusalém, trazendo também pagãos amigos e prosélitos. Quando também eram oferecidas as primícias das colheitas no templo. Era também chamada "festa das sete semanas" por ser comemorada sete semanas depois da festa da Páscoa, no quinquagésimo dia. Daí o nome Pentecostes, que significa "quinquagésimo dia". 


No primeiro Pentecostes depois da Morte de Jesus, cinquenta dias depois da Páscoa, o Espírito Santo desceu sobre a comunidade cristã de Jerusalém na forma de línguas de fogo; todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas (cf. At 2,1-4). As primícias da colheita aconteceram naquele dia, pois foram muitos os que se converteram e foram recolhidos para o Reino de Deus.

Quem é o Espírito Santo? 

O Prometido por Jesus: "[...] ordenou-lhes que não se afastassem de Jerusalém, mas que esperassem a realização da promessa do Pai, a qual, disse Ele, ouvistes da minha boca: João batizou com água; vós, porém, sereis batizados com o Espírito Santo dentro de poucos dias" (At 1,4-5). 

Espírito, que procede do Pai e do Filho: "Quando vier o Paráclito, que vos enviarei da parte do Pai, o Espírito da Verdade que vem do Pai, Ele dará testemunho de mim e vós também dareis testemunho [...]" (Jo 15 26-27). O Espírito Santo é Deus com o Pai e com o Filho. Sua presença traz consigo o Filho e o Pai. Por Ele somos filhos no Filho e estamos em comunhão com o Pai.


Nomes, dons e frutos do Espírito Santo:


A Bíblia contém um conjunto de expressões que aludem a uma “realidade divina” nas quais creem o judaísmo e  o cristianismo. Eis uma lista dessas expressões:
Espírito Santo, Espírito de Santidade, Espírito de Deus, Espírito Santo de Deus, Espírito da Verdade, Espírito Reto, Espírito Generoso, Espírito de Cristo, Espírito de Adoção, Mente de Cristo, Espírito do Senhor, Senhor Mesmo, Espírito de Liberdade, Dedo de Deus, Paráclito.

De todas elas, "Espírito Santo" é a expressão principal, a mais conhecida e a que mais se usa no cristianismo. O Livro da Sabedoria caracteriza este Espírito nos seguintes termos:

Espírito inteligente, santo, único e múltiplo, sutil, ágil, penetrante, imaculado, claro, inofensivo, agudo, livre, benfeitor, estável, seguro, tranquilo, todo-poderoso, onisciente, que penetra em todos os espíritos inteligentes puros e sutis. (Sb 7:22-23)
Existe uma citação do profeta Isaías onde se enumeram os "dons do Espírito Santo": 

Espírito de sabedoria, inteligência, conselho, força, ciência, piedade, temor de Deus. (Isaías 11:2)
Estes dons se completam com os "frutos do Espírito" que aparecem na Epístola aos Gálatas:
... caridade, gozo, paz, paciência, longanimidade, bondade, benignidade, mansidão, fidelidade, modéstia, continência e castidade. (Gl 5, 22-23)
Todos estes “nomes”, “dons” ou “frutos” vão implícitos na expressão “Espírito Santo” e fazem dela uma noção teológica muito rica. Apesar desta diversidade de nomes, na teologia cristã se diz, sem dúvida, que não existe mais que um e um mesmo Espírito, consideração para que os teólogos apresentem uma citação de Paulo em 1Co-12:4

Os frutos


Na teologia cristã, se diz que a proximidade do Espírito Santo induz na alma uma série de hábitos benéficos que se conhecem como “frutos do Espírito” e que vêm enumerados na Epístola aos Gálatas: "caridade, gozo, paz, paciência, longanimidade, bondade, benignidade, mansidão, fidelidade, modéstia, continência e castidade (Gl 5, 22-23 Vulgata)
Os frutos são produtos dos dons do Espírito. Os frutos são atos virtuosos e se distinguem pela alegria que causam em quem os realiza. O número de nove citados no Novo Testamento é só simbólico, pois, como afirma Tomás de Aquino, "são frutos de qualquer obra virtuosa na qual nos deleitamos".

Espírito de profecia


A teologia cristã e a judaica afirmam que o Espírito Santo inspirou os profetas bíblicos. Os principais profetas bíblicos são Isaías, Jeremias, Ezequiel, Daniel. Todavia, são conhecidos como profetas menores Oséias, Joel, Amós, Abdias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuc, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias. O seguinte exemplo foi tirado do livro de Ezequiel:

Depois de falar essa voz, o Espírito entrou em mim e pude escutá-lo. (Ez 2,2)

Este outro exemplo é do Novo Testamento:
Enquanto celebravam o ofício, disse o Espírito Santo: Escolhi Paulo e Barnabé para a obra que lhes vou encomendar. (At 13,2)

A tradição cristã herda do judaísmo esta tradição. No Atos dos Apóstolos, o Espírito Santo inspirará em numerosas passagens aos apóstolos. Paulo falava do Espírito Santo em suas epístolas. Na primeira epístola aos Coríntios recomendava alcançar, pelo exemplo, o dom da profecia antes que o de línguas, por ser mais proveitoso (14:1).
A crença no dom da profecia do Espírito está refletida no credo cristão quando diz “... e que falou pelos profetas”.

O Espírito Santo na iconografia 


As principais imagens do Espírito Santo foram criadas para representar a Santíssima Trindade ou os episódios do Batismo de Jesus, da Anunciação ou Pentecostes.

Desde o século X era costume representar a Trindade com três formas humanas masculinas. Estas imagens conseguiram se firmar — em meio de discussões e interpretações de todo tipo — até o século XVI. Pode se ver, por exemplo, no retábulo maior da igreja do Convento de Miraflores de Burgos, Espanha, talhado por Gil de Siloé em fins do século XV, ou na pintura da Coroação da Virgem de Diego Velázquez (Museu do Prado, Espanha). Sem dúvida, o Papa Benedito XIV proibiu toda representação em forma humana do Espírito Santo no ano 1745.Desde então, passou-se a usar o símbolo de um pombo que é mencionada com motivo do Batismo de Jesus e que já se vinha usando largamente na arte: por exemplo, Piero della Francesca em seu Batismo (1440-45). O pombo aparece também em representações da Santíssima Trindade (Rafael Sanzio em Peruggia (1504), em representações de episódios do Novo Testamento (especialmente, na Anunciação a Maria) e nas cenas da vida de alguns santos (a Coroação da Virgem, Gregório Magno escreve inspirado pelo pombo ou são Remo recebe dela a crisma para batizar Clovis).
A forma de línguas de fogo mencionada nos Atos dos Apóstolos (At 2:3) é usada em representações do acontecido em Pentecostes. Todavia, as mais antigas pinturas de Pentecostes acrescentavam apenas um pombo (veja, por exemplo, o Evangeliário Siríaco do monge Rábula de Florença).


Símbolos 

O Espírito Santo é representado de diferentes formas:



  • Água: O simbolismo da água é significativo da ação do Espírito Santo no Batismo, já que a água se transforma em sinal sacramental do novo nascimento.



  • Unção: Simboliza a força. A unção com o óleo é sinônimo do Espírito Santo. No sacramento da Confirmação o confirmando é ungido para prepará-lo para ser testemunha de Cristo.

  • Selo: é um símbolo próximo ao da unção. Indica o caráter indelével da unção do Espírito nos sacramentos e falam da consagração do cristão.
  • A Mão: Mediante a imposição das mãos os Apóstolos e agora os Bispos, transmitem o "Dom do Espírito".
  • O Pombo: No Batismo de Jesus, o Espírito Santo aparece em forma de pombo e posa sobre Ele.




  •      Nuvem e Luz: Símbolos inseparáveis nas manifestações do Espírito Santo. Assim desce sobre a Virgem Maria para "cobri-la com sua sombra". No monte Tabor, na Transfiguração, no dia da Ascensão; aparece uma sombra e uma nuvem.


  • Fogo: Simboliza a energia transformadora dos atos do Espírito. 

  • Hino 

    Na órbita do ano, 
    de fogo a flor viceja, 
    o Espírito Paráclito 
    descendo sobre a Igreja. 

    Da língua a forma assumem 
    as chamas eloqüentes: 
    Na fala sejam prontos, 
    na caridade,ardentes. 

    Já todos falam línguas 
    de todas as nações, 
    que embriaguez presumem 
    as santas efusões. 

    Tais coisas sucederam 
    após a Páscoa santa: 
    Não mais a do temor, 
    a lei do amor se implanta. 

    E agora, Deus piedoso, 
    vos pedimos inclinados, 
    os dons do vosso Espírito 
    na terra derramados. 

    Enchei os corações 
    da graça que redime. 
    Senhor, dai-nos a paz, 
    perdoai o nosso crime. 

    Louvor ao Pai e ao Filho, 
    e ao Espírito também: 
    Que o Filho envie o dom 
    do Espírito Santo. Amém. (Liturgia das Horas Laudes)

    terça-feira, 24 de abril de 2012

    Vocacionadas do Carmelo

    Olá! Somos as vocacionadas do Carmelo Nossa Senhora do Sorriso e Santa Teresinha em Natal – RN, e junto com as irmãs tivemos a idéia de montar um blog para partilhar, e também aprender e divulgar a espiritualidade Carmelitana. 

    Denominado jardim, geograficamente uma cadeia de colina, este é o significado de Carmelo. A Ordem Carmelita em si tem sua origem do Monte Carmelo, que se eleva entre os confins da Galileia e Samaria na Palestina, atualmente Haifa, em Israel. Esta ordem nasceu por volta do ano 1200. Em 1562 Santa Teresa D'Ávila reformou o ramo feminino e, em 1568, com a ajuda de São João da Cruz, reformou também o ramos masculino.


    A Virgem Maria do Monte Carmelo

    Maria é o modelo e Mãe da ordem a ela consagrada. A Virgem Maria enche com sua presença a história da Ordem, ela é sem dúvida Mãe, Rainha e Formosura do Carmelo. Nossa Padroeira. 


    Na Espiritualidade Carmelitana a figura de Maria é apresentada como Mãe e Modelo de perfeição evangélica. Portanto,


    O Carmelo é todo de Maria!

    Santa Teresa de Jesus 

    Santa Teresa de Jesus nasceu em Ávila, na Espanha, em 28 de março de 1515. Ingressou no Mosteiro da Encarnação na mesma cidade, em 02 de novembro de 1535. Em 1562 tornou-se fundadora do Carmelo Descalço. Viveu profundamente a vida de oração á qual definiu como um trato de amizade com Deus. Era dotada de inteligência perspicaz, riqueza afetiva, capacidade organizadora e poder de convocação. Possuía um coração muito agradecido. Em 04 de outubro de 1582, morreu em Alba de Tormes. Foi beatificada em 1614 e canonizada em 1622. Graças a seus escritos espirituais o Papa Paulo VI declarou-a Doutora da Igreja em 27 de setembro de 1970. “Totalmente habituada por Deus foi plenamente humana”.




    Santa Teresinha do Menino Jesus e da Sagrada Face

    “ A Florzinha gentil do Carmelo”


    Teresa do Menino Jesus e da Sagrada Face nasceu em Alençon, França.


    Com 15 anos entrou para o Carmelo de Lisieux, França onde se distinguiu particularmente pela humildade, simplicidade evangélica e confiança em Deus.



    Em 1927, foi proclamada padroeira das Missões e em 1997, o Beato João Paulo II, proclamou-a doutora da igreja.


    Vocação ao Carmelo
    A vocação da Carmelita Descalça é um dom do Espírito Santo, que as convida a uma “misteriosa união com Deus”, e em intimidade com a Bem-Aventurada Virgem Maria, a oração e a imolação fundem-se vivamente com um grande amor à Igreja de Cristo.


    Em conformidade com o ideal de Santa Teresa de Jesus ( Teresa D'Ávila ), as Carmelitas Descalças vivem sua vida contemplativa eclesial, em um clima que harmoniza a solidão e o silêncio com a comunhão fraterna de vida, à semelhança do pequeno “ Colégio de Cristo”, quem tem por centro amor do Senhor e por norma a caridade fraterna, juntamente com uma generosa abnegação evangélica.

    E o que tudo isso nos leva a crer, que essa vida de clausura nos leva a Cristo de uma maneira bem radical que poucos estão dispostos a querer para si, é também pensar que nós, em nossa rotina do dia-a-dia, devemos não apegar-nos as coisas da terra, mas as coisas do alto, que não passam.

    O Carmelo é um jardim verdadeiramente, onde Deus escolhe aqueles que o buscam sem limites. Buscar esta fonte de amor, Divino Deserto, que nos leva tão somente a Cristo, fazendo-se pequena aos olhos do homem e grande aos olhos de Deus. Que Deus sempre ilumine todas as irmãs para a perseverança nos motivando cada dia mais a esse ideal de vida.

    O Mosteiro Nossa Senhora do Sorriso e Santa Teresinha, está em construção por isso conta-se bastante com a ajuda, sendo elas em orações e com ajuda financeira para o término do mosteiro.

    Contamos com as suas orações, que Deus abençoe a cada um, 
    Flores do Carmelo.